Alimentação e Nutrição de Peixes Ornamentais
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Por Rodrigo G. Mabilia
Parte
I Introdução: sobre a Nutrição de peixes Ornamentais.
A
nutrição de peixes é uma área relativamente complexa que gera anualmente
inúmeros trabalhos científicos com o intuito de buscar as melhores dietas
sob o ponto de vista de custo e benefício.
Aqui não iremos subestimar os conhecimentos de vocês meus caros
aquaristas, pois sabemos que a maioria de vocês não medem esforços na
procura de informações. Nosso objetivo é apresentar conceitos básicos de
nutrição de peixes e suas aplicações práticas no aquarismo.
Os peixes possuem crescimento contínuo, tendo rotas metabólicas e
catabólicas gerais semelhantes a dos outros seres vivos, variando em
alguns passos metabólicos devido a presença de enzimas específicas.
Os peixes apresentam hábitos alimentares definidos mas não estritos.
Proteínas e aminoácidos
As proteínas são
compostos orgânicos formados por diversos aminoácidos. Existem diferentes
tipos de proteínas caracterizadas pela proporção e posição dos aminoácidos
que as compõem. Sendo assim os aminoácidos são os componentes estruturais
básicos de qualquer proteína. Uma proteína sempre conterá na sua
composição carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, entretanto algumas
vezes poderá conter enxofre, fósforo e ferro. Os peixes possuem proteínas
dispostas em uma grande variedade de tecidos tais como: ossos, pele,
órgãos, musculatura, etc... A proteína corporal está constantemente sendo
resposta por dois processos: anabolismo e catabolismo.
Anabolismo:
refere-se a síntese de proteína no organismo.
Catabolismo:
refere-se a quebra da proteína no organismo.

Detalhe
de um alevino em avançado estado de desnutrição. A magreza resulta do
consumo das reservas corporais de glicogênio, gorduras e proteínas. Os
peixes embora sejam dotados de uma alta capacidade de permanecer em jejum
podem apresentar consequencias danosas a saúde em longos períodos sem
alimento, ou em quantidade insuficiente. É sempre bom lembrar que peixes
desnutridos são mais predispostos a enfermidades.
Em relação aos
aminoácidos existem um grupo de 10 aminoácidos que não podem ser
sintetizados por vertebrados e inclusive os peixes. Estes aminoácidos que
não são sintetizados pelos peixes são denominados de aminoácidos
essenciais. Desta maneira são de grande relevância sob o ponto de vista da
nutrição animal, pois devem ser suplementados na dieta. Os aminoácidos
essenciais são: a arginina, histidina, lisina, isoleucina, leucina,
metionina, fenilalanina, triptofano, valina e treonina.
Existem uma
série de outros aminoácidos que os peixes podem sintetizar em seu
organismo. São denominados tecnicamente de aminoácidos não essenciais. São
considerados não essenciais porque não precisam ser acrescentados na dieta
obrigatoriamente. Os aminoácidos não essenciais são: a alanina, aspargina,
ácido aspártico, cisteína, cistina, ácido glutâmico, glutamina, glicina,
hidroxiprolina, prolina, serina e tirosina.
O incremento de
aminoácidos essenciais na ração procedem de duas formas: sintetizados e
adicionados um a um na ração, ou através de uma fonte protéica especifica
(farinha de peixe, farelo de soja, etc...). Estes cuidados na formulação
representam um incremento adicional no custo de uma ração para peixes.
Seria uma negligencia formular uma ração coma falta de um destes
aminoácidos essenciais. Quando um aminoácido essencial está deficiente em
uma dieta, este é considerado um aminoácido limitante, porque limita a
síntese protéica nos diferentes tecidos. Assim se estabelece uma
deficiência nutricional. Maiores detalhes sobre as deficiências
nutricionais serão abordados na Parte IV desta série de artigos sobre
Alimentação e Nutrição de Peixes Ornamentais.
O correto
balanceamento dos aminoácidos de uma ração é importantíssimo, porque
quando há desbalanceamento não ocorre um aproveitamento total da proteína
da dieta e maior será a excreção de proteína pelas fezes e amônia na urina
e brânquias.
Com estas
considerações podemos compreender a importância da qualidade das proteínas
na nutrição de peixes. É muito importante colocar aos prezados leitores
que a qualidade da proteína é muitas vezes mais relevante que a própria
quantidade deste nutriente numa ração.
Anotem esta
frase para quebrar um paradigma estabelecido por uma prática de marketing
muito baixa: uma ração nem sempre é melhor do que a outra por conter uma
quantidade maior de proteína. Algumas marcas apelam ao consumidor iludindo
que o fato de sua ração conter X% de proteína a mais que seu concorrente é
melhor.
Lamentável esta
pura falta de conhecimento de quem oferece palestras fundamentadas nesta
teoria. Se vocês prezados aquaristas ouvirem uma barbaridade deste tipo
não poupem esforços em suas críticas. Dietas hiperproteica , ao contrário
pode causar danos a saúde de algumas espécies de peixes de acordo com o
seu hábito alimentar e fase de vida.
Altas taxas de
proteína (proteína de boa qualidade obviamente) são importantíssimas para
peixes jovens e espécies de hábito alimentar carnívoro e onívoro com uma
certa tendência a carnívoros. Oscars, Acarás Discos, Piranhas, alguns
ciclídeos africanos justificam níveis de proteína bruta (PB) na ração que
podem chegar a mais de 45% mesmo na fase adulta. Já ciprinídeos como
kinguios e carpas koi adultos não devem ter níveis de proteína bruta (PB)
superiores a 35%, sendo afaixa ideal próxima a 30%. Infelizmente existem
importantes marcas no mercado equivocadas a este respeito.
E não paramos
por aqui: a temperatura da água possue um papel importante nos
requerimentos protéicos dos peixes. Quando a temperatura da água
encontra-se dentro da zona de conforto térmico dos peixes são maiores as
necessidades de proteína na dieta para atingir os melhores índices de
desenvolvimento do peixe.
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Detalhe de alevino (figura acima) ainda com o saco
vitelínico e (abaixo) após absorção completa. O alevino na foto
inferior apresenta-se desnutrido. Em aquários a maior causa de
mortalidades das crias deve-se a falta de alimentação adequada. O
aquarista precisa compreender que o alevino passa por uma fase de
transição durante o processo de absorção do vitelo onde a partir do
momento em que está apto a realizar a abertura da boca já deve
receber oferta de alimento. A dica seria iniciar a oferta de
alimento (ração para alevinos, nauplios de artemias e rotíferos) um
pouco antes de finalizar a absorção do vitelo, pois há uma melhora
na taxa da sobrevivência. Deve ainda oferecer várias vezes ao dia,
porque é alta a taxa do metabolismo dos peixinhos nesta fase de
vida. Fotos
©Setor Aquacultura UFRGS |
Estudos com
peixes ornamentais demonstraram diferentes exigências proteicas de acordo
com a fase de vida dos peixes. Em "Goldfish"
(Carassius auratus) alto requerimento proteico foi observado
para larvas (ao redor de 53% de PB), enquanto que para juvenis estes
requerimentos baixaram para 29-30% de PB.
Em fêmeas de
lebistes com dietas com níveis de proteínas entre 25 a 45% de proteína
bruta tiveram uma alta taxa de fecundidade quando comparadas a grupos que
receberam 15% de PB.
Estes estudos
demonstram que os níveis de proteína na dieta são importantes tanto para o
crescimento como para a reprodução dos peixes ornamentais.
ENERGIA
A energia não é
considerada um nutriente, mas é oriunda do metabolismo oxidativo de
proteínas, lipídeos e carboidratos. Os peixes possuem baixos requerimentos
energéticos quando comparados a outras espécies de animais.
Por que os
requerimentos energéticos dos peixes são baixos ?
1° os peixes
são ectotermos, ou seja, não precisam de energia para manter a temperatura
corporal, como acontece nos mamíferos.
2° os peixes
vivem num ambiente aquático onde não sofrem tanto os efeitos da gravidade
necessitando um mínimo de energia para manterem-se em suas posições. A
bexiga natatória, atualmente renomeada de vesícula gasosa contribui para
que o peixe mantenha-se em equilíbrio na coluna da água com muito menos
atividade muscular do que teria que fazer um mamífero no ambiente
terrestre.
3° Outra
importante razão dos baixos requerimentos energéticos dos peixes é o fato
dos peixes excretarem passivamente 85% da amônia NH3 através das
brânquias. Por outro lado os mamíferos teriam que gastar energia na
produção de uréia e as aves para formarem ácido úrico.
Os peixes
precisam dietas contendo níveis adequados de energia. Os peixes
alimentam-se até o momento de satisfazerem suas necessidades energéticas.
Se uma ração possuir altos níveis de energia o peixe irá cessar mais
rapidamente a ingestão de alimento e muito provavelmente não ingira o
suficiente para atender as suas exigências protéicas e de outros
nutrientes. A energia, portanto limita o consumo de alimento para os
peixes e o crescimento.
LÍPIDIOS E ÁCIDOS GRAXOS
Os lipídeos são
nutrientes essenciais para os peixes. São fontes de energia aos peixes
mais prontamente disponíveis em quantidade do que proteínas e
carboidratos. Os lipídeos desempenham muitas funções no organismo:
lubrificação do trato digestivo, suporte de energia, fonte de ácidos
graxos essenciais, serve de componente estrutural de tecidos, aumenta a
palatabilidade e agem sobre a regulação de diversas funções do organismo.
O excesso de
gordura na dieta alimentar pode causar uma queda no desempenho ao piorar a
conversão alimentar. Este efeito já pode ser observado a partir de 6% de
Extrato Etéreo, conforme a espécie e fase de vida.

Detalhe do acúmulo de gordura na cavidade celomática em razão de uma dieta
hiperenergética.
Os ácidos graxos
essenciais: linolênico (Ômega 3) e linoleico (Ômega 6) deve ser supridos
na dieta, pois os peixes têm capacidade limitada de sintetiza-los. Estes
ácidos graxos são muito importantes para que os peixes mantenham a
flexibilidade de suas membranas celulares sob condições de baixas
temperaturas de água. A deficiências destes ácidos graxos essenciais, ou
de seus precurssores na ração causam:
- diminuição
de crescimento;
- piora da
conversão alimentar;
- aumento de
mortalidade;
- aumento de
líquido nos músculos;
- ulcerações nas
nadadeiras;
- degeneração
gordurosa no fígado;
- aumento da
taxa respiratória;
- diminuição dos
níveis de hemoglobina diminuição do número de hemácias.
Problemas que podem ocorrer com a gordura de rações.
Rações de baixa
qualidade, prazo de validade vencido, ou más condições de armazenamento,
podem ter problemas relacionados com a peroxidação. O peróxido formado é
altamente tóxico e consome toda a vitamina A e E, que são antioxidantes
naturais. Como conseqüência temos sinais de:
Alterações
externas
-
emagrecimento;
-
escurecimento
da pele;
-
perda de
escamas;
-
necrose das
nadadeiras;
-
palidez nas
brânquias;
Alterações
internas
Para resolver o
problema administra-se antioxidantes na ração como o BHA e o BHT em níveis
em torno de 0,01%. Suprimento de vitamina E na ração são preconizados como
preventivo da oxidação das gorduras corporais.

Aspecto pálido amarelado (gorduroso) de fígado de um peixe em virtude de
problemas associados aos ácidos graxos da dieta.
CARBOIDRATOS
Os carboidratos
são um dos maiores nutrientes ao lado das proteínas e lipídeos Os
carboidratos são abundantes nas plantas, pois são a forma de armazenamento
de energia. Os carboidratos são classificados em três grupos principais:
monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos.
Peixes de águas
tropicais tendem a utilizar muito melhor o carboidrato da dieta quando
comparados a peixes de água fria e peixes marinhos. O hábito alimentar
também interfere diretamente na capacidade de digestão e absorção deste
nutriente. Peixes herbivoros, e onívoros, mas que possuem vegetais
incluidos na sua dieta como goldfish e carpas digerem com maior facilidade
carboidratos devido a microflora especializada no aparelho digetsivo
destas espécies.
FIBRAS
A pequena
capacidade do tubo digestivo, aliada ao curto tempo de passagem, baixa
temperatura do meio em que vivem e a pouca atividade microbiana levam os
peixes a apresentarem baixa digestibilidade de alimentos fibrosos.
O uso de altos percentuais de fibra na dieta de peixes é questionado por
diversas razões: não possuem valor energético significativo, existência de
trato intestinal curto e pouca utilização da fibra, aumento da motilidade
do trato gastrointestinal (TGI) consequentemente aumentando a velocidade
de passagem dos alimentos que diminui a absorção de outros nutrientes.
Além disso, o excesso de FB limita a ingestão total.
A exceção seriam
peixes herbívoros que possuem o trato digestivo relativamente maior quando
comparado a peixes de outros hábitos alimentares. A microbiota gástrica e
intestinal permite que a fibra da dieta seja melhor aproveitada.
VITAMINAS
As vitaminas são
classificadas em hidrossolúveis e lipossolúveis baseado na sua
solubilidade. As vitaminas são substâncias orgânicas de extrema
importância para o crescimento, saúde, reprodução, mas são requeridas em
pequenas quantidades na dieta.
Cada vitamina
possui uma função específica no organismo e a ausência, ou deficiência de
uma não pode ser substituída, ou compensada por outra.
Vitaminas Hidrossolúveis
-
Ácido
ascórbico (Vitamina C): manutenção da integridade dos tecidos de
sustentação; biossíntese de colágeno e cartilagem; integridade capilar;
melhora da imunidade.
-
Cianocobalamina (B12): essencial na formação de elementos
sangüíneos durante a eritropoiése;
-
Biotina:
importante na função de diversas enzimas;
-
Ácido
fólico: eritropoiése, essencial para a síntese dos ácido
nucleicos. Pode melhorar a eclodibilidade dos ovos dos peixes;
-
Niacina:
componente de coenzimas do metabolismo da glicose e no metabolismo
dos lipídeos;
-
Ácido
pantotênico (B3): integrante de coenzima A, importante no
metabolismo dos carboidratos e das gorduras;
-
Piridoxina (B6): essencial no metabolismo de carboidratos, de
aminoácidos e de lipídeos;
-
Riboflavina (B2): é coenzima essencial no metabolismo das gorduras
e diversos aminoácidos. Importância no sentido da visão.
-
Tiamina
(B1): participa do metabolismo de carboidratos, essencial para o
normal funcionamento do sistema nervoso, essencial para o apetite,
digestão, crescimento e fertilidade;
-
Colina:
doadora de metila em reações metabólicas, precursora da AcetilCoA. Maior
componente do neurotransmissor acetilcolina e essencial para o transporte
de lipídeos;
-
Inositol: componente estrutural de certos tecidos , onde age
prevenindo a acumulação de colesterol, como mioinositol, serve de reserva
de carbohidratos CHO nos músculos;
-
Ácido
lipóico: biocatalizador.
Vitaminas Lipossolúveis
-
Vitamina
A: requerida para regeneração da sensibilidade à luz; transporte
transmembrana de cálcio; reprodução e desenvolvimento embrionário;
integridade das membranas e epitélios.
-
Vitamina
D: estocada em grandes quantidades no fígado dos peixes. São
biologicamente ativas na absorção do cálcio e do fósforo; ativa a
fosfatase alcalina que é envolvida no metabolismo do fósforo.
-
Vitamina
E: a atividade biológica da vit.E é através de oito compostos,
sendo o alfa-tocoferol o mais ativo; atua como um antioxidante biológico
protegendo os peixes da oxidação. Atua também protegendo a Vitamina A, o
caroteno e a Vitamina C da ração.
-
Vitamina
K: essencial para síntese da protrombina. Em peixes a coagulação
precisa ser extremamente eficiente devido a viverem em meio líquido.
MINERAIS
Os minerais são
classificados de acordo com a quantidade necessária pelo organismo. os
macrominerais são requeridos em larga escala pelo organismo e os
microminerais são necessários apenas traços destes no organismo.
Macrominerais
-
Ca e P:
o requerimento é bastante baixo e depende da relação entre o cálcio da
dieta/cálcio do ambiente. Cerca de 90% das necessidades de cálcio vêm da
água e somente 10% da dieta. O CaCO3 da água assume vital importância
neste contexto. O fósforo é um dos minerais mais importantes da dieta dos
peixes, pois é essencial para o crescimento, processo de mineralização
óssea, metabolismo de lipideos e carboidratos.
-
Magnésio:
70% do magnésio do corpo
é encontrado no tecido ósseo. Uma relação adequada de magnésio é essencial
para o metabolismo do cálcio e fósforo.
-
Sódio e
Potássio: o potássio é o
tercerio elemento em abundância no corpo ficando atrás somente do cálcio e
do fósforo. O sódio e potássio estão estritamente relacionados com a
manutenção da pressão osmótica. São importantes também na manutenção do
equilíbrio ácido básico interno dos peixes. O potássio participa no
processo de relaxamento muscular e é utilizado em diversas reações
enzimáticas, já o sódio participa no processo de contração muscular.
-
Microminerais
Cromo:
o cromo é um elemento essencial que não atua sozinho no organismo. Junto
com outras substâncias atua no controle do metabolismo geral, insulina,
importantes enzimas, DNA e RNA.
-
Cobalto:
é componente da cianocobalamina (vitamina B12)
-
Cobre:
está relacionado com o metabolismo do ferro, uma vexz que facilita a
absorção do ferro no trato intestinal e seu armazenamento no fígado. O
cobre é cofator de importantes enzimas que atuam no metabolismo da
energia. Os peixes são muito susceptíveis a intoxicação pelo cobre contido
na água, principalmente se a alcalinidade da água (KH) estiver baixa.
Veremos um pouco mais sobre esta questão na parte V do artigo Alimentação
e nutrição de Peixes Ornamentais que abordará a Ictiopatologia
nutricional.
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Iodo:
o iodo é componente essencial de hormônios da tireóide. Conseqüentemente
tem está relacionado ao metabolismo geral dos animais como o crescimento,
funções teciduais nervosas e musculares, ativação do metabolismo da
circulação, etc...
-
Ferro:
é um mineral essencial para a formação das céllulas vermelhas sanguíneas.
O ferro combina-se com proteínas para formar a hemoglobina das hemáceas. O
ferro está envolvido no transporte de oxigênio pelas hemáceas. É
componente de algumas enzimas requeridas no metabolismo energético também.
-
Manganês:
atua na formação óssea, coagulação sanguínea e funções ad insulina e
síntese de colesterol. É ativador de importantes enzimas envolvidas no
metabolismo de proteínas, lipídeos, carbohidratos e ácidos nucléicos.
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Selênio:
o selênio é importante para manutenção da saúde de peixes sobre condições
estressantes. A vitamina E, os aminoácidos metionina e cisteína podem ser
substitutos parciais do selênio para algumas funções. O selênio participa
na ativação de uma importante enzima (a glutation preoxidase) que impede a
toxicidade dos peróxidos provenientes da oxidação da gordura dos
alimentos. Incrementos de vitamina E e selênio nas rações comerciais são
muito benéficos aos peixes.
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Zinco:
o zinco é de vital importância no processo de calcificação óssea, além de
participar no processo de transferência de dióxido de carbono CO2 para as
hemáceas. É importante também para a síntese protéica e ácidos nucléicos.
Pigmentos
Carotenoides
Os pigmentos
carotenoides são um dos principais grupos de pigmentos naturais da pele e
musculatura dos peixes.
Os mais
encontrados são: luteina, taraxantina, astaxantina, tunaxantina, alfa
doradexantina, beta doradexantina e zeraxantina.
Como os peixes
não podem sintetizar estes pigmentos estes são necessários estar incluidos
na dieta. Isto tornou-se um importante aspecto a ser explorado pela
industria de rações para peixes ornamentais.
Estudos
revelaram que a coloração avermelhada de kingyos e carpas koi é atribuída
a astaxantina. Este carotenóide pode ser metabolizado a partir da
zeaxantina e em menor quantidades pelo beta caroteno, justificando o
incremento destes pigmentos na ração.
A Spirulina,
muito encontrada na formulação de rações para peixes ornamentais, também
exerce um papel importante na coloração. A razão de se uso deve-se a sua
capacidade de fixar/acumular carotenoides promovendo indiretamente a
intensificação da coloração da pele e musculatura.
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